Hoje, dia 25 de maio, é o Dia Nacional da Adoção. A data foi escolhida oficialmente no ano de 2002, em homenagem ao Primeiro Encontro Nacional de Associações e Grupos de Apoio à Adoção, realizado no mesmo dia em 1996.<\/p>\n

O processo de adoção no Brasil é regulamentado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê convivência familiar e comunitária com dignidade às crianças.  De acordo com o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, há no país cerca de 4.972 crianças disponíveis para adoção e mais de 33 mil pretendentes habilitados. No ano passado, foram realizadas, por meio do SNA, 2.529 adoções.<\/p>\n

Em homenagem a data, conheça histórias de adoção:<\/p>\n

História de Leila<\/strong><\/h3>\n

A história de adoção de Leila Donária de Oliveira Ferreira, digital influencer, educadora parental e doula de adoção teve início em sua própria vida, quando aos 3 dias de vida, ela foi adotada pela mãe. Leila conta que a mãe batalhou a vida inteira para cria-la e proporcionar os estudos. “Eu tenho muito orgulho da nossa história, minha mãe me adotou aos 41 anos, ela me adotou sozinha.”<\/p>\n

Hoje Leila é mãe de duas crianças, Gabriel de 5 anos e sua “Filha” de 11 anos. Quando Gabriel tinha aproximadamente dois meses, a educadora parental se descobriu mãe atípica. “O meu filho precisou refazer o crânio, 7 intermináveis horas de cirurgia. Nesse momento eu fiz um pacto com Deus. Se eu levar o meu filho para casa, eu vou fazer tudo diferente, vou olhar pra ele como o ser capaz que ele é, não vou olhar as incapacidades dele, vou olhar as potencialidades.”<\/p>\n

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Leila conta que seu filho, Gabriel, foi a pessoa que mais a transformou, que a maternidade fez enxergar uma vida diferente. “Eu não troco a minha maternidade atípica. Eu sei que não é fácil, você desconstruir a idealização do filho perfeito não é simples, mas é possível.”<\/p>\n

Ela destaca ainda que a ideia da adoção sempre foi muito clara para a vida dela. Os planos com o marido de adotar sempre existiram, desde antes da maternidade biológica. E foi em 2019, quando seu filho estava com 4 anos, que eles tomaram a decisão.<\/p>\n

A chegada de sua filha foi “rápida”, em nove meses eles a conheceram e a adotaram, aos 9 anos de idade. “Foi muito rápida a nossa adoção, escolhemos um perfil amplo, crianças com mais idade entre 8 e 12 anos, permanecem no abrigo por muito tempo, pois a maioria quer um bebê, de pele branca, meninas e de até 6 meses. Eu costumo dizer que a minha gestação adotiva levou 9 meses, desde que levei o papel no fórum e tive a minha filha.”<\/p>\n

Emocionada conta que o encontro com sua filha foi maravilhoso e que ela é o maior exemplo de ressignificação e resiliência. “Eu tenho certeza de que ela é minha filha de alma, de corpo inteiro. Ela nasceu pra mim, só nasceu em outra família e demorou um pouquinho para chegar”, relata.<\/p>\n

Leila aconselha a quem deseja adotar que estude e conheça outras famílias que realizaram adoções legais e seguras. “Eu indico uma doula de adoção, se eu tivesse tido uma, tudo teria sido tão diferente em alguns aspectos, tão mais fácil, eu teria recebido tanto acolhimento, porque a adoção ainda é um tabu”. Ela ainda ressalta que o processo demora, mas pelo fato de ser muito bem estruturado, voltado para o bem da criança. “Eu entendo que as famílias adotem por motivos legítimos, mas a adoção é sempre pensando na criança”.<\/p>\n

História de Cris<\/strong><\/h3>\n

A história de Cris Guterrez é um pouco diferente. Ela conheceu Rafael no processo de amadrinhamento afetivo, que é um processo que existe para ser corresponsável pelo desenvolvimento, educação de uma criança ou de um jovem que esteja em um abrigo e que foi retirado do âmbito familiar. “Eu participei de uma habilitação, foram alguns encontros, antes de ser escolhida pelo Rafael como a pessoa que gostaria que fosse a madrinha afetiva dele”.<\/p>\n

Ela conta que o abrigo há alguns meses, que Rafael era um menino que a encantava, mas que no momento ela pensava em amadrinhar uma menina. O processo começou uma semana depois que a mãe de Cris faleceu e, no primeiro dia do encontro, em que ela viu o Rafael, ela começou a desejar que fosse ele. “A gente se conectou muito fortemente, quem decide pelo amadrinhamento é a criança ou adolescente. E ele me escolheu.”<\/p>\n

Entre o tempo do amadrinhamento afetivo e a decisão de adotar foram oito meses, e em 2020, no início da pandemia, ela decidiu pela adoção. Cris conta, emocionada, que eles viveram meses intensos, com muitos acontecimentos. “Ele passou por vários períodos de autossabotagem aqui comigo, ele várias vezes se negou a querer estar comigo, não por que não se sentia acolhido, mas por síndrome de sabotagem, por achar que essa nova possibilidade de vida não era para ele, que não era amado, não era querido”.<\/p>\n

Cris fala que a adoção foi mencionada pelo próprio filho, em que mencionou que seria muito feliz se ela fosse a sua mãe. “Eu perguntei se ele queria que eu fosse a mãe dele, e ele abriu um sorriso incrível, fantástico”.<\/p>\n

A jornalista conta que conta com o apoio do “Doulas de Adoção”, que faz todo o acompanhamento e apoio emocional nos momentos de transição das vias de nascimento, inclusive a adoção. Ela ainda detalha que tem a guarda de Rafael até novembro deste ano, quando expira, e que a juíza que acompanha o caso vê uma grande vantagem. “Creio que é mais um processo para ter a certeza que o Rafael tem um lugar seguro comigo”.<\/p>\n

Cris desabafa com emoção dizendo que sua vida mudou muito após a chegada de Rafael, e que o filho é uma das pessoas mais animadas que já conheceu. “Ele me ensinou que eu sou capaz de amar, incondicionalmente.” A jornalista relembra também de toda a transformação que foi de ter um adolescente chegando em casa, com todos os assuntos que envolvem a faixa etária. “Ele ainda precisa entender muito de disciplina, estou construindo isso com ele.”<\/p>\n

Sobre a adoção, Cris diz que amar, se permitir entrar em um amor incondicional é somente para os corajosos e aconselha quem está pensando em adotar é desconstruir a imagem de que quem adota é uma pessoa salvadora, que a adoção é uma via de parentalidade. “Outra coisa é que filho a gente não molda, a gente educa para que eles sejam livres. A gente está aqui para ser mãe e não para mudar. Eu trouxe o discurso que não precisa mudar, venha e me mostre quem exatamente você é”.<\/p>\n

História de Marieta<\/strong><\/h3>\n

Marieta Spada, cenógrafa e figurinista, e André Mizarela, publicitário, decidiram adotar após um processo de infertilidade temporária. O casal iniciou uma investigação, mas, em paralelo, os dois notaram que o caminho seria a adoção. “A gente soube de um amigo que estava no processo de habilitação e a gente se encantou com a ideia”.<\/p>\n

A cenógrafa conta que iniciou o processo pouco antes da pandemia, e que acompanhou muitas lives e que mergulhou no conhecimento sobre o assunto, até conhecer o Doulas de Adoção. “Eu fiquei encantada em ter uma doula no meu processo, isso fez muita diferença do meu olhar para a adoção, de falar das angústias e de questões de nós como casal”. Marieta conta que esse período foi muito importante, foi um processo de formação e que ela e o marido fizeram este período de espera como um momento de conhecimento e de menos angústia e ansiedade.<\/p>\n

O processo de habilitação de Marieta e André demorou seis meses, totalizando agora um ano e três meses de “espera”. “Eu tenho amigas que eu fiz durante o curso no Doulas de Adoção, cada uma está em um momento, uma delas já adotou. Eu me inseri neste universo com muito amor e com muita delicadeza, graças ao Doulas de adoção”, conta.<\/p>\n

Sobre o tempo de espera pela ligação, Marieta aconselha para que esses pais busquem autoconhecimento, para conseguir assim, livrar um pouco da carga que este momento traz. “Quando chegar a criança, a gente tá mais pleno, mais inteiro para receber esse ser e dar e trocar muito amor”, desabafa.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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