Comemorando sua d\u00e9cima edi\u00e7\u00e3o, o festival Best of Blues and\u00a0Rock 2023 aconteceu no \u00faltimo fim de semana. No primeiro de tr\u00eas dias de evento (na sexta-feira, dia 2), Extreme, Tom Morello, Nanda Moura e Malvada integraram o line-up.<\/p>\n

Com a participa\u00e7\u00e3o de Gast\u00e3o Moreira, ex-VJ da MTV Brasil, e de Pedro Bianco, criador do festival, tais artistas participaram de uma coletiva com a imprensa pela tarde. O bate-papo, que durou cerca de trinta minutos, teve Bruna Tsuruda (guitarrista) e Ma Langer (baixista) \u00a0como representantes da banda nacional Malvada e, no caso do Extreme, Gary Cherone (vocalista) e Nuno Bettencourt (guitarrista).<\/p>\n

Tanto Cherone como Bettencourt (com uma joelheira ortop\u00e9dica devido a uma les\u00e3o no joelho) chegaram ao local do bate-papo em clima de festa. Ao sentarem, cantaram at\u00e9 a capella e fizeram quest\u00e3o de dar um grande abra\u00e7o em Morello, o \u00faltimo a comparecer, quando ele entrou. \u201cO Tom sempre tarde\u201d, brincou Nuno, em portugu\u00eas.<\/p>\n

Falando a respeito de \u201cSix\u201d, sexto \u00e1lbum de est\u00fadio do Extreme com lan\u00e7amento neste m\u00eas, Nuno confessou que o processo criativo pareceu com os dos discos anteriores. \u201c\u00c9 sempre o mesmo. Estamos fazendo isso h\u00e1 quarenta anos, ent\u00e3o entramos em est\u00fadio, pegamos as guitarras e compusemos algumas m\u00fasicas. Todo mundo est\u00e1 nos perguntando por que demoramos quinze anos para lan\u00e7ar um novo \u00e1lbum. Mas n\u00e3o t\u00ednhamos um disco pronto em 2012, 2014 ou 2015. Voc\u00ea deve lan\u00e7ar algo de que se orgulha e que quer compartilhar.\u201d<\/p>\n

\u201cTive a sorte de ouvir\u201d, complementou Tom. \u201c\u00c9 um \u00f3timo disco, um tremendo \u00e1lbum de rock em uma era que precisa de um rock assim. Eu tenho sido f\u00e3 do Extreme antes mesmo de eles terem um contrato com uma gravadora. Eu estava na faculdade, em Boston, e os via tocar em casas noturnas quando eram adolescentes. Fiquei muito surpreso e impressionado com a banda, especificamente com o jeito de tocar guitarra de Nuno. Ent\u00e3o ele tem sido uma grande influ\u00eancia ao combinar a m\u00fasica funky com m\u00fasica pesada. Ironicamente, essa \u00e9 a primeira vez que toco em um festival com o Extreme.\u201d<\/p>\n

\u201cBanshee\u201d, um dos singles do projeto, teve inspira\u00e7\u00e3o direta do Aerosmith, de acordo com Nuno. Tanto \u00e9 que o vocalista Steven Tyler foi o primeiro a receber a faixa sob a justificativa de: \u201cDesculpas, vamos pegar o som do Aerosmith emprestado de voc\u00eas.\u201d<\/p>\n

Ainda no mesmo assunto, Gary comentou algumas das bandas que influenciaram o som do Extreme. Primeiramente, citou Queen e o \u00e1lbum \u201cQueen II\u201d, e, em seguida, The Who com o disco \u201cQuadrophenia\u201d, sobretudo no campo l\u00edrico. Nuno, ent\u00e3o, mencionou a import\u00e2ncia do funk para a carreira do grupo e de artistas como Prince, Tower of Power, Earth, Wind & Fire e James Brown, do quais consideram-se f\u00e3s.<\/p>\n

Mudando o t\u00f3pico, o Extreme discorreu a respeito das redes sociais. Na opini\u00e3o do guitarrista, h\u00e1 pontos positivos e negativos nas \u201cnovas tecnologias\u201d: \u201cUma das coisas que eu n\u00e3o gosto nas redes sociais envolvendo a m\u00fasica \u00e9 que o mist\u00e9rio ao redor das bandas n\u00e3o existe mais. Porque a gente \u00e9 pressionado a postar v\u00e1rios conte\u00fados durante 24 horas. Temos que mostrar os shows, mostrar a gente cozinhando ovos, fazendo alguma coisa\u201d, explicou, em tom bem humorado.<\/p>\n

Por fim, a coletiva terminou com uma engra\u00e7ada hist\u00f3ria envolvendo Tom, que tentou \u201cseparar\u201d o Gary de Nuno. \u201cN\u00f3s somos amigos h\u00e1 anos. Ent\u00e3o um dia, est\u00e1vamos juntos e o Tom disse: \u2018Tenho uma confiss\u00e3o\u2019. Quando eu comecei uma banda, tentei encontrar seu empres\u00e1rio, porque estava tentando roubar Gary do Extreme.\u201d<\/p>\n

Tom, em meio a muitas risadas, deu sua pr\u00f3pria vers\u00e3o do ocorrido: \u201cComo eu disse, eu era um grande f\u00e3 do Extreme quando eles tocavam em casas noturnas, ent\u00e3o, quando me mudei para Hollywood, estava tentando formar uma banda e n\u00e3o conseguia pensar em um vocalista melhor.\u201d<\/p>\n

O que rolou no primeiro dia do Best of Blues and Rock 2023?\u00a0<\/strong><\/p>\n

Com a plateia externa do Audit\u00f3rio do Ibirapuera coberta por lambe-lambes tem\u00e1ticos, Nanda Moura \u201cinaugurou\u201d o primeiro dia debaixo de um forte sol. Para o repert\u00f3rio, ela optou por covers de cl\u00e1ssicos como \u201cHit the Road Jack\u201d, de Ray Charles, para\u00a0cativar o p\u00fablico.<\/p>\n

Depois, subiu ao palco a banda Malvada, surgida h\u00e1 pouco tempo, em mar\u00e7o de 2020. Diante de tal contexto, Angel Sberse (voz), Bruna Tsuruda (guitarra), Marina Langer (baixo) e Juliana Salgado (bateria) misturaram seu material pr\u00f3prio com releituras. As musicistas n\u00e3o deixaram de homenagear Rita Lee com \u201cEsse Tal de Roque Enrow\u201d e tamb\u00e9m Janis Joplin, com \u201cSummertime\u201d.<\/p>\n

Em seguida, o Extreme tomou conta do Parque do Ibirapuera. Nem a les\u00e3o no joelho de Nuno Bettencourt impediu a banda de entregar um show memor\u00e1vel. Teve de tudo: o hit \u201cMore Than Words\u201d, as recentes \u201cRise\u201d e \u201cBanshee\u201d e participa\u00e7\u00e3o do guitarrista brasileiro Mateus Asato em \u201cGet the Funk Out\u201d.<\/p>\n

Encerrando, Tom Morello fechou os trabalhos do dia. E a parceria do eterno guitarrista do Rage Against The Machine com o Extreme n\u00e3o ficou restrita \u00e0 entrevista: ao performar \u201cCochise\u201d, do Audioslave, e \u201cPower to the People\u201d, do John Lennon, em seu show, ele chamou os integrantes para subirem ao palco em um encontro hist\u00f3rico. Steve Vai, atra\u00e7\u00e3o de s\u00e1bado, tamb\u00e9m se juntou aos colegas na \u00faltima faixa citada.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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