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action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/alphafm/novo.alphafm.com.br/wp-includes/functions.php on line 6114Foto:\u00a0Marcos Hermes<\/em><\/p>\n Com hist\u00f3rias de bastidores, super produ\u00e7\u00e3o e uma infinidade de cl\u00e1ssicos, al\u00e9m de uma banda sintonizada e competente, Roger Waters deu um verdadeiro espet\u00e1culo no Allianz Parque, no \u00faltimo s\u00e1bado (11), com a \u201cThis Is Not a Drill Tour\u201d. Sem d\u00favidas, o show exprimiu a personalidade do cantor (que ainda tocou guitarra, viol\u00e3o, piano e baixo), celebrando n\u00e3o s\u00f3 as faixas do Pink Floyd, como tamb\u00e9m sua pr\u00f3pria carreira solo.<\/p>\n A todo momento, o p\u00fablico era estimulado de alguma forma: pelas imagens nos tel\u00f5es, pelas palavras projetadas, pela pirotecnia, pelas luzes de longo alcance e, principalmente, pela m\u00fasica executada com maestria.<\/p>\n \u00c9 necess\u00e1rio destacar que o show do ex-integrante do Pink Floyd foi dividido em dois sets. Depois de criar certa expectativa, com uma contagem no tel\u00e3o a partir dos 20 minutos anteriores, um recado foi passado aos f\u00e3s:\u00a0\u201cSenhoras e senhores, por favor, ocupem os seus lugares. O espet\u00e1culo est\u00e1 prestes a come\u00e7ar. Primeiramente, em considera\u00e7\u00e3o aos demais espectadores, desliguem seus celulares. Em segundo lugar, se voc\u00ea \u00e9 um daqueles que diz \u2018eu amo o Pink Floyd mas n\u00e3o suporto a pol\u00edtica do Roger\u2019, vaza pro bar.\u201d<\/em><\/p>\n Ato 1<\/strong><\/p>\n Antes de propriamente iniciar a primeira parte do repert\u00f3rio, \u00e0s 20h20, o cantor entrou vestindo um jaleco branco, como se fosse um m\u00e9dico, e, diferente de outras cidades, sem empurrar uma cadeira de rodas. Na verdade, ele sentou no palco, de frente para uma cadeira vazia, enquanto anotava em uma prancheta. Um cen\u00e1rio quase assombrado e dist\u00f3pico preencheu os quatro grandes e tecnol\u00f3gicos tel\u00f5es espalhados,\u00a0criando uma experi\u00eancia imersiva e altamente sensorial – que incluiu trov\u00f5es e sombras de p\u00e1ssaros voando entre as imagens.<\/p>\n Assim, sob esse pano de fundo, ele entoou a nova vers\u00e3o de \u201cComfortably Numb\u201d, mais sombria e sem o solo\u00a0 – dividindo o palco com Jonathan Wilson (guitarra e vocais), Dave Kilminster (guitarra e vocais), Jon Carin (teclado, guitarra e vocais), Gus Seyffert (baixo e vocais), Robert Walter (teclado), Joey Waronker (bateria), Seamus Blake (saxofone) e com as poderosas Shanay Johnson e Amanda Belair (backing vocals).<\/p>\n A melanc\u00f3lica atmosfera constru\u00edda mudou drasticamente para \u201cAnother Brick In The Wall\u201d, partes II e III\u201d, dessa vez com uma forte ilumina\u00e7\u00e3o vermelha e fogos, al\u00e9m dos dizeres \u201cUs\u201d, \u201cGood\u201d, \u201cThem\u201d, \u201cEvil\u201d e um coro mais entusiasmado do p\u00fablico. As faixas solo \u201cThe Powers That Be\u201d, com fortes casos de viol\u00eancia transmitidos nas telas em tom cr\u00edtico, e \u201cThe Bravery of Being Out of Range\u201d vieram em seguida – essa \u00faltima com declara\u00e7\u00f5es de presidentes americanos, intitulados \u201ccriminosos de guerra\u201d.<\/p>\n Nesse momento, Waters fez uma pausa para conversar um pouco com a plateia. Ele pronunciou \u201cboa noite\u201d e \u201cobrigado\u201d em portugu\u00eas, ent\u00e3o brincou, entre risadas:<\/p>\n \u201cIremos cantar uma nova m\u00fasica agora, chamada \u2018The Bar\u2019, \u00e9 uma m\u00fasica que compus durante a pandemia. \u2018The Bar\u2019, em ingl\u00eas, significa um lugar que voc\u00ea vai\u2026 voc\u00eas provavelmente sabem, muitos de voc\u00eas devem falar ingl\u00eas. Estou com vergonha que n\u00e3o falo portugu\u00eas, eu deveria, desculpa por n\u00e3o falar. Ent\u00e3o, quando vamos para o bar, podemos beber ou n\u00e3o, encontrar amigos, mas \u00e0s vezes encontramos estranhos e essa \u00e9 a parte importante sobre bares, \u00e9 o lugar em que conversamos com pessoas e podemos trocar opini\u00f5es. Hoje a noite, o topo desse piano \u00e9 nosso bar. Tem em cima algumas garrafas com um l\u00edquido dentro, que pode ou n\u00e3o ser \u00e1gua, vamos descobrir mais tarde. O bar na verdade se estende para todo o est\u00e1dio, todos voc\u00eas est\u00e3o no bar, comigo e com minha banda. Estamos realmente felizes por receber voc\u00eas.\u201d<\/em><\/p>\n Sentado no piano, que, de fato, continha garrafas Madre Mezcal, Roger emendou parte de \u201cThe Bar\u201d, com a letra traduzida nos tel\u00f5es, e, ao som dos dizeres \u201cvamos voltar no tempo, quando eu tocava rock em uma banda diferente\u201d, \u201cHave a Cigar\u201d, que chamou aten\u00e7\u00e3o pelas fotos e refer\u00eancias ao Pink Floyd datadas de 1974 e pelas guitarras magn\u00e9ticas.<\/p>\n Para introduzir a simb\u00f3lica \u201cWish You Were Here\u201d (que teve at\u00e9 pedido de casamento na plateia!), os tel\u00f5es relembraram uma ic\u00f4nica hist\u00f3ria envolvendo Syd Barrett, ex-companheiro do cantor no Pink Floyd, ao som do caracter\u00edstico viol\u00e3o. Segue transcri\u00e7\u00e3o:<\/p>\n \u201cCerto, vamos voltar ainda mais atr\u00e1s\u2026 antes do Pink Floyd. Quando Syd e eu ainda \u00e9ramos crian\u00e7as em Cambridge. Em um fim de semana, n\u00f3s fomos para Londres, ver um concerto pop, no Gaumont State, em Kilburn. Gene Vincent era a atra\u00e7\u00e3o principal e os Rolling Stones tamb\u00e9m estavam no programa. Foi \u00f3timo. Voltando para casa no trem depois, Syd e eu t\u00ednhamos tudo completamente planejado. Fizemos um acordo que quando estiv\u00e9ssemos na faculdade em Londres, come\u00e7ar\u00edamos uma banda. Sonhamos o sonho. E, por um tempo, vivemos isso. O resto \u00e9 hist\u00f3ria. Depois disso, as coisas ficaram um pouco complicadas. Alguns anos depois, em 1968, ap\u00f3s uma reuni\u00e3o na Capitol Records em Los Angeles, Syd e eu paramos no sem\u00e1foro em Hollywood e Vine. Syd sorriu para mim e disse: \u2018\u00e9 bom aqui em Las Vegas, n\u00e3o \u00e9?\u2019. Ent\u00e3o seu rosto escureceu e ele cuspiu uma palavra: \u2018pessoas\u2019. Quando voc\u00ea perde algu\u00e9m que ama, isso serve para lembr\u00e1-lo. Isso n\u00e3o \u00e9 um treinamento.\u201d\u00a0<\/em><\/p>\n Suavemente, o texto ganhou outro car\u00e1ter, mais puxado ao suspense, mudando at\u00e9 de colora\u00e7\u00e3o – novamente em tons quentes, que incendiaram o Allianz Parque. Roger refletiu metaforicamente sobre problemas na vida pessoal, para executar \u201cShine On You Crazy Diamond\u201d – marcada, no final, pelo solo de saxofone e por Roger levantando a pr\u00f3pria guitarra :<\/p>\n \u201cE \u00e9 t\u00e3o f\u00e1cil se perder. N\u00e3o \u00e9? Por volta da \u00e9poca de \u2018Wish You Were Here\u2019, outra coisa que deu errado foi o meu primeiro casamento. Ent\u00e3o eu estava um pouco emocionalmente inst\u00e1vel. Uma noite, jantando na cantina do Abbey Road, eu quase me perdi. Foi como olhar na dire\u00e7\u00e3o errada atrav\u00e9s de um par de bin\u00f3culos. Eu estava comendo ovos pequenos, salsicha, batata fritas e feij\u00e3o com uma faca e garfo pequenos segurados em m\u00e3os bem pequenas em uma mesa pequena com uma banda pequena. Estou tendo um colapso nervoso. \u00c9 assim que acontece. Ent\u00e3o eu murmurei minhas pequenas desculpas, atravessei a pequena cantina, pela pequena porta, subi as escadas pequenas, em dire\u00e7\u00e3o ao pequeno est\u00fadio 3. Sentei-me ao pequeno piano de cauda. Fechei os olhos e comecei a tocar. N\u00e3o fa\u00e7o ideia de quanto tempo fiquei l\u00e1. Mas, eventualmente, uma voz disse: \u2018Roger, estamos voltando\u2019. Respirei fundo e abri um olho. O Steinway estava de volta ao tamanho normal. Dessa vez n\u00e3o me perdi.\u201d<\/em><\/p>\n Mais uma vez, um novo conto foi narrado pelas telas. Apesar de repetida em sequ\u00eancia, a a\u00e7\u00e3o n\u00e3o pareceu cansativa, visto que engrandeceu o espet\u00e1culo e contextualizou a hist\u00f3ria do artista – o que, para os f\u00e3s, com certeza foi um b\u00f4nus.<\/p>\n \u201cSim, e ent\u00e3o vieram os anos setenta. Em 1977, lan\u00e7amos \u2018Animals\u2019, minha homenagem ao grande George Orwell, que estava t\u00e3o certo em nos alertar sobre o futuro dist\u00f3pico em seus livros \u20181984\u2019 e \u2018A Revolu\u00e7\u00e3o dos Bichos\u2019. E tamb\u00e9m estava Aldous Huxley em \u2018Admir\u00e1vel Mundo Novo\u2019. E Dwight D. Eisenhower estava certo em seu discurso sobre o Complexo Militar Industrial. E eu tamb\u00e9m estava certo quando escrevi \u2018Sheep\u2019.\u201d\u00a0<\/em><\/p>\n Uma enorme ovelha infl\u00e1vel sobrevoou a pista para fazer jus \u00e0 faixa \u201cSheep\u201d. Diferentes desenhos do animal tamb\u00e9m preencheram o espa\u00e7o. No final, com avisos sobre resist\u00eancia, Waters simulou uma \u201clutinha\u201d em intera\u00e7\u00e3o com a plateia e encerrou a etapa inaugural da noite em grande estilo, com direito a fogos<\/p>\n Ato 2\u00a0<\/strong><\/p>\n Ap\u00f3s cerca de 25 minutos de pausa chamada \u201cIntermission\u201d, Roger Waters retornou com \u201cIn the Flesh\u201d. Foi como reviver os primeiros segundos de show, mas numa nova roupagem.<\/p>\n A estrela do dia voltou em uma cadeira de rodas, todo de branco, cercado de \u201cdois enfermeiros\u201d e explos\u00e3o de fogos. Com imagens de celas, ele interpretou a faixa sentado, com os bra\u00e7os amarrados. Um porco voador, tradicional em seus espet\u00e1culos, planou pelo p\u00fablico, com barulho de sirene, olhos vermelhos e a frase \u201cyou\u2019re up against the wall right now\u201d.<\/p>\n Sob pedidos de aplausos e divers\u00e3o – e agora com o cantor em p\u00e9, cantando falsamente ensaguentado – \u201cRun Like Hell\u201d agitou a plateia, dando ent\u00e3o, lugar para uma \u201cD\u00e9j\u00e0 Vu\u201d mais ac\u00fastica, clamando por\u00a0direitos humanos iguais para toda a popula\u00e7\u00e3o, e \u201cIs This The Life We Really Want?\u201d, com um expressivo Roger no piano, gesticulando e dando \u00eanfase aos versos finais (projetados nos tel\u00f5es em portugu\u00eas, ingl\u00eas e espanhol).<\/p>\n A partir da\u00ed, a ilumina\u00e7\u00e3o ganhou tons mais claros, puxados para o azul e verde. Assim, com certa calmaria e intimismo, vieram \u201cMoney\u201d (com um fofo abra\u00e7o entre a atra\u00e7\u00e3o principal e Dave Kilminster) , \u201cUs & Them\u201d, \u201cAny Colour You Like\u201d, \u201cBrain Damage\u201d e \u201cEclipse\u201d. No caso da \u00faltima citada, \u00e9 imposs\u00edvel n\u00e3o mencionar as luzes de arco-\u00edris que alcan\u00e7aram cada canto do est\u00e1dio, tornando o momento m\u00e1gico e memor\u00e1vel para qualquer um que estivesse assistindo, em mem\u00f3ria ao prisma da capa de \u201cThe Dark Side of the Moon\u201d (1973) .<\/p>\n Entrando no bis, embalado por gritos caracter\u00edsticos de \u201col\u00ea, ol\u00ea, ol\u00ea, Roger, Roger\u201d, o artista tirou mais um tempinho para conversar, descrevendo como uma \u201c\u00f3tima experi\u00eancia\u201d a noite e agradecendo aos f\u00e3s, at\u00e9 entoar \u201cTwo Suns in Sunset\u201d (com um p\u00f4r do sol ao fundo e um discurso sobre o perigo de armas nucleares).<\/p>\n O resto de \u201cThe Bar\u201d atuou como um dos pontos mais engra\u00e7ados e, ao mesmo tempo, emotivos. Junto dos companheiros de palco, antes da faixa, Waters bebeu um shot, em dedica\u00e7\u00e3o \u201c\u00e0 sa\u00fade de voc\u00eas, que t\u00eam sido t\u00e3o bons com a gente\u201d. Ao terminar a bebida, o cantor fez uma leve careta e garantiu que, realmente, o l\u00edquido n\u00e3o era \u00e1gua. Ent\u00e3o, dedicou a letra para Bob Dylan, sua esposa Camilla, que estava presente, e seu saudoso irm\u00e3o John, que morreu no ano passado, e continuou a m\u00fasica no piano. Luzes de celulares inundaram todos os setores da arena.<\/p>\n Para finalizar, introduziu cada integrante da banda e deixou o palco enfileirado com os m\u00fasicos, direcionando despedidas de maneira carinhosa aos f\u00e3s. O mais legal \u00e9 que, mesmo ap\u00f3s a saideira, o show continuou. Para divertimento do p\u00fablico, o tel\u00e3o foi tomado pelo backstage, onde foi poss\u00edvel ver o cantor e seus instrumentistas dando sequ\u00eancia \u00e0 \u201cOutside The Wall\u201d, juntos em c\u00edrculo, trazendo, mais uma vez, os f\u00e3s \u201cpara dentro\u201d.<\/p>\n \u00c9 essa sensa\u00e7\u00e3o que fica depois de 2h30: cada uma 47 mil pessoas presentes no Allianz Parque neste s\u00e1bado (11) recebeu um vislumbre da mente de Roger Waters, de sua longa trajet\u00f3ria na m\u00fasica e, principalmente, da mensagem que ele quer transmitir em cima do palco.<\/p>\n Setlist:<\/strong><\/p>\n Comfortably Numb<\/p>\n<\/li>\n The Happiest Days of Our Lives<\/p>\n<\/li>\n Another Brick in the Wall, Part 2<\/p>\n<\/li>\n Another Brick in the Wall, Part 3<\/p>\n<\/li>\n The Powers That Be<\/p>\n<\/li>\n The Bravery of Being Out of Range<\/p>\n<\/li>\n The Bar<\/p>\n<\/li>\n Have a Cigar<\/p>\n<\/li>\n Wish You Were Here<\/p>\n<\/li>\n Shine On You Crazy Diamond (Parts VI-IX)<\/p>\n<\/li>\n Sheep<\/p>\n<\/li>\n In the Flesh<\/p>\n<\/li>\n Run Like Hell<\/p>\n<\/li>\n D\u00e9j\u00e0 Vu<\/p>\n<\/li>\n D\u00e9j\u00e0 Vu (Reprise)<\/p>\n<\/li>\n Is This the Life We Really Want?<\/p>\n<\/li>\n Money<\/p>\n<\/li>\n Us and Them<\/p>\n<\/li>\n Any Colour You Like<\/p>\n<\/li>\n Brain Damage<\/p>\n<\/li>\n Eclipse<\/p>\n<\/li>\n Two Suns in the Sunset<\/p>\n<\/li>\n The Bar (Reprise)<\/p>\n<\/li>\n Outside the Wall<\/p>\n<\/li>\n<\/ol>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Foto:\u00a0Marcos Hermes Com hist\u00f3rias de bastidores, super produ\u00e7\u00e3o e uma infinidade de cl\u00e1ssicos, al\u00e9m de uma banda sintonizada e competente, Roger Waters deu um verdadeiro espet\u00e1culo no Allianz Parque, no \u00faltimo s\u00e1bado (11), com a \u201cThis Is Not a Drill Tour\u201d. 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