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Coala Festival faz encontro entre gerações no Memorial da América Latina

Artistas como Jorge Ben Jor, Novos Baianos e Marina Lima marcaram presença

O Coala Festival aconteceu nesta sexta (15), sábado (16) e domingo (17), no Memorial da América Latina, zona oeste de São Paulo. A nona edição contou com uma série de shows que celebravam a música nacional, com encontros emocionantes no palco principal do local. Essa não é a primeira vez que esses encontros são celebrados no festival, já que a ideia já é uma tradição e inspira muitos outros eventos nacionais no país. Do rap ao samba e do funk ao pop, o Coala tenta apresentar e valorizar a maior variedade possível da música nacional.

Na sexta (15), um dos shows mais aguardados pelo público foi o de Péricles, que colocou todo mundo para sambar e coreografar os maiores hits da sua carreira, além de relembrar clássicos do Exaltasamba e sucessos do pagode, como “Me Apaixonei pela Pessoa Errada”, “Livre Pra Voar” (de Marília Mendonça) e “Graveto”. O artista também aproveitou para homenagear Arlindo Cruz, que fez aniversário na última quinta-feira (14). “A música trouxe a gente para cá”, disse em um dos seus simpáticos discursos ao público. O ponto alto do show foi quando Tim Bernardes subiu ao palco, de surpresa, para cantar junto de Péricles “Final de Tarde” e “Melhor Eu Ir”, levando a plateia à loucura com o dueto inesperado.

Na sequência, Fafá de Belém brilhou no Coala em seu vestido vermelho, escolha essa para abrir a apresentação com o hit de mesmo nome. A artista, de potência vocal fortíssima, emocionou a todos com os maiores hits, entre eles “Emorio”. Johnny Hooker foi o convidado da vez para subir ao palco – dessa vez já esperado pelos fãs – e duetou “Volta” juntos. Marília Mendonça foi mais uma vez a escolhida para uma homenagem, já que os cantores emocionaram com “De Quem é a Culpa”. Entre trocas de figurinos, “Abandonada” e “Nuvem de Lágrimas” também não ficaram de fora.

Fechando a noite do primeiro dia, o projeto OlodumBaiana, parceria de sucesso entre o Olodum e o grupo BaianaSystem, fez todo mundo sair do chão com batidas eletrizantes e ritmos provenientes da Bahia. Durante o show, os grupos mesclavam hits como “Sulamericano” e “Lucro” – já consagrados pelo BaianaSystem – e “Faraó Divindade do Egito”, “Nossa Gente” e “Várias Queixas”, do Olodum. Essa foi a primeira vez do OlodumBaiana se apresentando em São Paulo e foi uma ótima forma de acabar o primeiro dia, com a energia no alto e, claro, deixando o público ansioso para o sábado no Coala.

No sábado (16), o clima ficou ensolarado no Memorial da América Latina. Os shows do palco principal começaram com o trio Metá Metá, grupo consagrado que mistura jazz, afrobeat e até samba. Apesar de terem uma trajetória de 15 anos e já terem sido indicados ao Grammy Latino, o grupo diz ainda fazer uma produção independente. “Os festivais querem agradar os patrocinadores e consequentemente querem números. Mas quando eles consegue abrir brecha para um lado mais diferente, mais independente, a gente consegue entrar e é bem legal”, afirma Kiko Dinucci, guitarrista do trio.

Falando ainda de um lado B da música brasileira, o Coala também contou com a presença da cultura indígena. As Suraras do Tapajós subiram no palco com vestimentas, acessórios e pinturas corporais, trazendo um pouco do oeste do Pará para São Paulo. No entanto, mesmo debaixo de um sol fervilhante, elas não deixaram de reconhecer alguns copatriotas entre o público “Estou vendo que o Pará está bem representado aqui”, brincou Leila Borari, apontando para a plateia.

No entanto, o gênero que dominou o palco do Coala durante o segundo dia foi a MPB. Jards Macalé, também conhecido como anjo torto do gênero, trouxe alguns de suas canções mais famosas, mas também fez homenagem a um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira, Luiz Melodia. Mesmo fazendo o show inteiro sentado, Jards conseguiu fazer o público dançar e aproveitar a tarde.

Já a cantora Simone trouxe ao palco do Coala o show baseado na turnê “Tô Voltando”. Com uma jaqueta branca e um body inteiros de brilho, a artista passeou por grandes hits como “O Tempo não Para”, “e “Encontros e Despedidas”. Ao lado de Juliana Linhares, Simone cantou o sucesso “Jura Secreta”, que foi composto especialmente para a intérprete. Em entrevista à Alpha FM, Simone comentou que Juliana pediu para cantar o hit no show.  Mesmo sem fone, e com problemas no figurino, Simone conseguiu manter a pose e entregar um show para uma plateia já mais animada. A banda inteira dela é composta por homens jovens, e com seu bom humor a artista não deixou de brincar “meu jardim de infância, galera”.

Mas o grande destaque do segunda dia sem sombra de dúvidas foi o show de reencontro dos Novos Baianos. A apresentação foi a inauguração da turnê em homenagem ao disco “Acabou Chorare” que completou 50 anos em 2022. Baby do Brasil, Pepeu Gomes e Paulinho Boca de Cantor passaram por grandes hits que encantam até hoje as gerações mais novas de amantes da MPB. “A menina dança”, “Mistério do Planeta”, “Brasil Pandeiro”, “Preta Pretinha” foram somente algumas das canções que fizeram o público se emocionar. Os três integrantes do grupo conversaram rapidamente com a Alpha e comentaram sobre a ausência de Moraes Moreira e Luiz Galvão “Nós acreditamos em eternidade. Então nós realmente cremos que Moraes e Galvão estão conosco. Eu converso com meu amigo Moraes todos os dias”, comenta Paulinho de forma emocionada. A estreia da turnê em São Paulo é simbólica, levando em conta que os cinco se conheceram e  começaram sua trajetória aqui na capital

O terceiro dia de Coala foi marcado pelo encontro entre gerações. Comemorando 80 anos, Marcos Valle convidou Céu e Joyce Moreno para cantar sucessos como “Samba de Verão”, “Besteiras de amor” e o show foi encerrado com “Estrelar”, sucesso do cantor e instrumentista.

Quem estava na expectativa de ver Angela Ro Ro, acabou se decepcionando porque a cantora não se sentiu bem e não pôde subir ao palco. Letícia Letrux, no entanto, fez um bom trabalho em animar a plateia e comentou sobre a recuperação de Angela “Choramos hoje de manhã no telefone. Vamos mandar um axé pra ela, gente”. A artista trouxe um show bem rock,  até colocou o público para cantar e dançar juntinho o clássico “Amor, meu grande amor”.

Ainda falando de grandes nomes da MPB, Marina Lima fez aniversário neste domingo (17) e comemorou com uma apresentação intensa ao lado de Fernanda Abreu. As duas intercalaram performances solos, e passaram por hits de suas carreiras como “Acontecimentos”, “Rio 40 Graus” e “Garota Sangue-Bom”. Marina aproveitou para fazer uma homenagem a grande nomes do rock nacional, como Cazuza e Renato Russo e até chegou a fazer uma crítica política forte, tocando a canção “Puro Disfarçe”, parceria com Letrux. Mais para o final da performance, Marina e Fernanda cantaram juntas e até brincaram com a plateia ao darem um selinho. “Olha só o que o Coala me proporcionou”, falou rindo a cantora carioca de 68 anos.

Para encerrar o domingo e o festival, Jorge Ben Jor subiu ao palco, trazendo seus grandes clássicos “Mas Que Nada”, “Chove, chuva”, “País Tropical”. Aos 84 anos, ele esbanjou jovialidade e emendou música atrás de música, com poucos minutos de pausa. Jorge reverenciou seus músicos e colocou a plateia para cantar.

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