Com o passar dos anos, a questão da fome no país foi ganhando mais amplitude e, com isso, mais instituições decidiram ajudar famílias carentes e pessoas que passam por essa situação.
Dito isso, a ONG Amigos do Bem, fundada em 1994 por Alcione Albanesi, surgiu em uma viagem da presidente da instituição ao sertão nordestino, no período do Natal e Ano Novo. "Minha mãe, Guiomar, tem 11 creches em São Paulo e, um dia, conversando com uma das mães das creches, ela me disse: “você acha que aqui tem pobreza, você nunca foi para o sertão”. Ao ouvir essa frase e assistir uma matéria sobre a seca da região, não tive dúvidas: reuni 20 amigos de São Paulo para fazer um Natal diferente. Levamos alimentos, roupas e brinquedos para as famílias carentes do Nordeste", afirma Alcione.
De acordo com a fundadora, esta viagem mudou a sua vida e a forma de olhar para as desigualdades sociais no Brasil. "Eu encontrei pessoas em casas de barro, sem água, alimentos, sem nenhum recurso, vivendo em povoados isolados e sem ter para quem pedir ajuda. Encontrei uma miséria secular, escondida e até então desconhecida. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo no meu próprio país. Este triste cenário me trouxe indignação e eu decidi agir".
Segundo a ONG, ao longo dos anos, a instituição transformou a vida de milhares de pessoas, seja por meio de projetos de educação, trabalho e renda, acesso à saúde, água e moradias apropriadas. Além disso, Alcione reforça que atualmente o Amigos do Bem, atua em diversas áreas para promover a inclusão social e romper o ciclo de miséria na região nordeste. Em 2021, já são mais de 75 mil pessoas atendidas todos os meses, em 140 povoados do sertão de Alagoas, Pernambuco e Ceará.
Mesmo durante os meses mais complicados da pandemia na região e apesar das mudanças sofridas em decorrência da Covid-19, a ONG conseguiu achar um jeito de continuar ajudando a quem precisa. "Nossa principal fonte de arrecadação de alimentos, realizada presencialmente em mais de 60 supermercados todos os meses, foi suspensa para evitar aglomerações no interior das lojas e proteger nossos voluntários. Tivemos que migrar para o online", diz Alcione Albanesi. A presidente ainda completa: "Assim que a pandemia foi declarada e as escolas fechadas, tivemos que rapidamente montar um plano de ação emergencial para reforçar a alimentação destinada às famílias, já que as crianças deixaram de frequentar as escolas, onde faziam as principais refeições do dia".
Por conta das doações de amigos e da ajuda dos voluntários, o Amigos do Bem conseguiu, em 2020, levar recursos para mais de 34 mil famílias, em 300 povoados, com entregas de 200.000 cestas básicas.
Com o agravamento da Covid 19 no Brasil e a consequente crise econômica, assim como em todas as outras organizações, houve uma queda acentuada de doações. A organização não governamental beneficia uma grande quantidade de pessoas por mês, por mês, por isso conseguiram perceber uma diminuição de cerca de 50% na arrecadação de doações nos meses de janeiro e fevereiro deste ano.
Alcione lembra que por mais que a instituição tenha conseguido ajudar essas famílias, a luta contra a fome não para e os objetivos para 2021 continuam. De acordo com ela, a ONG pretende distribuir 100.000 cestas básicas para atender mais de 500 mil pessoas, além de manter os projetos já existentes. Clique aqui para ajudar o projeto.